sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Visita ao Centro de Apoio Pedagógico ao deficiente visual (CAP)


Junto a professora Nelma Galvão, nós bolsistas pudemos fazer essa rica visita e conhecer mais sobre os recursos da prática pedagógica com pessoas cegas e de baixa visão. Com a orientação da vice-diretora Ednalva pudemos conhecer cada cantinho do CAP.
O Centro de Apoio Pedagógico ao deficiente visual  foi criado pelo decreto 7380 de Vinte e Dois de Julho de Mil Novecentos e Noventa e Oito, constituiu-se numa iniciativa pioneira no Nordeste, oferecendo serviços de apoio pedagógico e suplementação didática ao sistema de ensino por meio de equipamentos de avançada tecnologia-informática, da impressão de materiais em Braille e outros recursos necessários ao desenvolvimento educacional e sócio cultural das pessoas cegas e de visão subnormal.
As pessoas com deficiência visual podem ter algumas limitações, as quais poderão trazer obstáculos para a sua vida em sociedade. No entanto, uma educação que responda a sua necessidade especial e a adequada utilização de recursos tecnológicos podem minimizar as dificuldades vivenciadas por essas pessoas. As tecnologias assistivas visam proporcionar as pessoas com deficiência visual, uma maior independência, qualidade de vida e inclusão social, facilitando a sua comunicação e mobilidade, enfim, acessibilidade às condições normais de vida. 

RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA ENCONTRADOS NO CAP

Impressora Braille

São impressoras especiais de computadores, que produzem material em Braille. Existem hoje, no mercado de mundial, diferentes tipos de impressoras Braille, seja para uso individual (pequeno porte) ou para produção em larga escala (médio e grande porte).  

Impressora braille.

Bengala 

A bengala é um instrumento muito útil para o deficiente visual. Ela serve para ajudar a pessoa a se locomover em ambientes desconhecidos, ou em ruas e calçadas.

Lupa Eletrônica

Tipo de CCTV, com suporte para colocar a televisão e bandeja móvel para colocar texto. Aumento de 5x até 66x.

Lupa eletrônica com bandeja móvel.
Máquina de escrever 

Máquina de escrever em braille, constituída de nove teclas sendo uma tecla de espaço, uma tecla de retrocesso, uma tecla de avanço de linha e 6 teclas correspondente aos pontos.
Máquina de escrever em braille.
Sorobã

O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples.

Teclado ZoomText com Teclas Ampliadas
(teclado para deficiente visual)

Teclado ampliado e colorido.

Teclas Grandes de Alto Contraste. Desenvolvido especialmente para pessoas com dificuldades no uso dos teclados tradicionais.

Caderno para Escrita Braille

Caderno com 100fls brancas em gramatura 120gr, para escrita braille.


Régua Braille 

Para trabalho escolar e uso doméstico. Régua escolar em plástico de 30cm, com os centímetros marcados em braille. 

Estante para leitura
Confeccionada em madeira MDF, esta estante acomoda o material de leitura em posição confortável e adequada ao melhor desempenho da atividade de ler, especialmente para pessoas com baixa visão. Com três posições de inclinação, é um material leve e de fácil transporte.

Encosto para leitura e caderno com espaçamento maior entre as linhas, para pessoas com baixa visão.

Livro Memórias de um sargento de milícias em braille

Livro em braille: Código da Vinci. capítulo 1 de 13.


DIFERENÇA ENTRE CEGUEIRA E BAIXA VISÃO.

De acordo com os Decretos nº 3.298/99 e nº 5.296/04, a deficiência visual é caracterizada como:

  • Cegueira - na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica, ou seja, perda total da visão. Nesta situação, o indivíduo utiliza o Braille ou softwares como recurso para aprendizagem da leitura e escrita.
  •  Baixa Visão - significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica, ou seja, perda parcial da visão. Neste caso, o indivíduo faz uso de lupas, óculos, lentes, etc.

 Garantir material informativo (textos e livros), de forma compatível a leitura do cego e deficiente visual, assim, como disponibilizar recursos de Tecnologia Assistiva para acesso a informação e locomoção. Adaptar o trabalho de salas de aula de acordo com a condição visual do aluno, são meios de atender o cego ou deficiente visual no ambiente de ensino dentre outros.

Alguns recursos pedagógicos
Reconhecimentos de objetos em miniatura.

Mapa da América em alto relevo.
Mapa do Brasil em alto relevo e diferentes texturas para representar as regiões.

Painel sensitivo.

Painel de texturas.

Referência: MIRANDA, Theresinha G.A inclusão da pessoa com deficiência: educação e interação. Núcleo de Apoio à inclusão do aluno com Necessidades Educacionais especiais (NAP). Salvador: 2009.

 

Coral
No fim da visita pudemos presenciar o canto do coral de alunos cegos, homens e mulheres de diversas idades cantando a mesma música. As músicas cantadas foram "Eu juro" (de Leandro & Leonardo) e "Menino do Pelô" (Gerônimo/Saul Barbosa), em suas interpretações super emocionantes.
Todos eles são alegres e têm aquele brilho para interpretar a canção e tem boa energia. Eles transmitem aquela força de vontade em viver. É emocionante vê-los cantando e sentir suas vozes unidas na mesma canção é de arrepiar.
Da esquerda pra direita: Catiuscia, Ednalva, Vanessa, Pauliane e Sabrina.

Agradecemos a Ednalva pela cooperação e explicações durante a visita.